Atletas do Gotcha são destaques na Folha de São Paulo

Atletas com mais de 60 anos colecionam títulos na patinação

REGIANE TEIXEIRA
DE SÃO PAULO

Os corpos podem não ser mais os mesmos, porém ganham impulso na corrida com a ajuda de rodinhas sob os pés. Almir Gonçalves, 66, Koji Teramito, 75, e Luiz Giácomo, 70, encontram-se todos os fins de semana no parque Villa-Lobos, na zona oeste, para praticar arrancadas de patins.

Não falta fôlego para o trio, que começou tarde no esporte, mas treina para conquistar medalhas em campeonatos no Brasil e no exterior. A especialidade do químico Luiz Giácomo, tricampeão brasileiro, é correr de patins maratonas de 42 quilômetros. “Os jovens de 13 a 15 anos acham o máximo”, afirma. Vaidoso, ele ainda trabalha como modelo.

Em maio passado, Luiz participou de uma disputa na cidade de Damp, na Alemanha. Dezesseis horas de avião, três viagens de trem e uma de ônibus depois, ele correu a maratona contra nove competidores -todos na faixa dos 70 anos.

Não teve muita sorte e ficou na última posição. Ele diz que foi prejudicado pela baixa temperatura, mas já faz planos de participar da maratona de Nova York, em setembro.
“Quero ficar em primero lugar. Faz sete anos que treino para trazer títulos”, conta ele. A animação é compartilhada pelo engenheiro Almir Gonçalves, que treina com o amigo para participar da prova americana pela primeira vez.

“Vou correr na categoria de 21 quilômetros porque costumo disputar em velocidade, não em longas distâncias. Vai ser uma experiência nova”, conta Almir, que conquistou o primeiro lugar no Campeonato Paulista de Patinação de Velocidade deste ano.

Olga Lisloff/Folhapress
Almir Gonçalves, Luiz Giácomo e Koji Teramito treinam patinação de velocidade no parque Villa-Lobos
Almir Gonçalves, Luiz Giácomo e Koji Teramito treinam patinação de velocidade no parque Villa-Lobos

Os três integram a equipe Gotcha Roller Team (gotcharollerteam.wordpress.com), comandada pelo professor de educação física Marcel Lionese, 35. O instrutor também é técnico da seleção brasileira de patinação de velocidade na categoria “master” (a partir de 30 anos), da qual o trio faz parte. “Já recebi uma senhora que começou a patinar aos 70 anos”, conta o treinador, que também dá aulas.

Nas competições nacionais, os atletas participam de quatro provas com distâncias menores, que vão de 500 metros a dez quilômetros, e chegam à velocidade de 35 km por hora. O próximo desafio do trio é o Campeonato Brasileiro de Patinação de Velocidade, que será disputado em Sertãozinho, a 333 quilômetros da capital, nos dias 14 e 15 de julho.

Saúde é o que interessa
Mesmo empolgados com os títulos paulistas e nacionais que já conquistaram, os três esportistas têm como maior preocupação a saúde. “É raro o caso de alguém nessa idade se importar apenas com a competição. Eles se preocupam também com a qualidade de vida”, afirma Rafael Romano, diretor técnico da Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação.

Hoje, a entidade conta com 150 patinadores de velocidade filiados, apenas 12 com mais de 60 anos -o que faz com que os três competidores se revezem frequentemente nos pódios.
Para Almir, a prática é uma alternativa a atividades menos empolgantes praticadas na terceira idade, como o dominó e a bocha. “Se soubesse que era tão bom, tinha começado antes.”

Mais velho do grupo, o aposentado Koji tinha enfrentado um câncer no intestino e colocado três pontes de safena quando aderiu aos patins, três anos atrás. “Antes só pensava em comer e, aos 45 anos, fiquei doente por causa da má alimentação”, conta. “Comecei a correr, mas tive que parar por conta do impacto.”

Aos 72 anos, ele viu que, com os patins, podia alcançar mais velocidade com menos esforço físico. Desde então, treina ao menos uma hora por dia, quatro vezes por semana, e já conquistou mais de 50 medalhas.

Se a dificuldade física é uma barreira superada, o preconceito é um problema. “Teve gente que já me falou que é ridículo um velho patinar”, conta Koji, terceiro lugar no Campeonato Sul-Americano de 2011. “Mas não ligo, tem muita gente que me incentiva. Hoje, até meu filho e meu neto patinam comigo.”

Veja o site Oficial

http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/1112621-atletas-com-mais-de-60-anos-colecionam-titulos-na-patinacao.shtml

Gotcha

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